Acampamento de Jovens Capuchinhos no Chile - CAMJOCAP

Acampamento de Jovens Capuchinhos no Chile - CAMJOCAP

A Delegação São Francisco de Assis do Chile, entre os dias 04 e 11 de fevereiro do corrente ano, realizou o Acampamento de Jovens Capuchinhos (CAMJOCAP) em Huichahue, zona centro-sul, com a participação demais de 50 viventes. O acampamento voltou a acontecer depois de quatro anos de muita expectativa da Pastoral Juvenil Capuchinha. Ademais dos jovens viventes e dos assessores, estiveram presentes um considerável número de frades: Clenic Muñoz, responsável a nível de Delegação pela pastoral; José de Sá e Josué Joaquin, membros da pastoral e pós-noviços; Richard e Rodiney, Província de São Paulo e freis Felipe e Marcelo da Província da Bahia e Sergipe. Também marcaram uma importante e carismática presença Irmã Marinalva, Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria, e Irmã Carmen, Franciscanas Missionárias de Maria.

O CAMJOCAP tem como motivação um processo de autoconhecimento em Deus por meio da espiritualidade franciscano-capuchinha. Por isso, seu principal objetivo é proporcionar aos jovens viventes, imersos em um ambiente de fraternidade e confiança, momentos de reflexão, partilha e oração que os conduzam à construção de um projeto pessoal de vida. As atividades e dinâmicas, que são preparadas durante todo o ano pelos membros da pastoral e, mais intensamente, em uma semana prévia, têm como pano de fundo a vida e o caminho de conversão de Francisco de Assis, convidando os jovens viventes a trilhar, não os mesmos passos, mas, sim, a mesma inspiração evangélica e intuição carismática do pai seráfico. Por isso, a cada dia, é vivenciado um tema franciscano, acompanhado de um lema e um valor, os quais só podem ser conhecidos por aqueles que vivenciam ou assessoram o acampamento. Isso porque, como sabemos, autênticas vivências só são conhecidas por trato, ou seja, quando alguém se dispõe, primeiramente, a abrir-se e a deixar-se afetar por uma experiência e, então, decide fazer um caminho de conhecimento (no sentido de sapere)e, apreendendo o que se manifesta a cada passo, perceber-se a si mesmo como caminho que se abre e se descobre.

Esse itinerário, ensinou-nos Jesus quando, por exemplo, chamou os que quis para que estivessem com ele (Mc 3,13) ou quando convidou aqueles dois discípulos de João Batista: “Vinde e vede” (Jo 1, 39), ou mesmo quando afirmou que era o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14, 6). Jesus continuamente nos convida a conhecê-lo, mas sem as adjetivações (Deus, Filho de Deus, Cristo etc.), ou seja, seu convite consiste em estar com ele, caminhar pelas nossas periferias existenciais, beber da verdadeira fonte de água viva, como convidou à samaritana junto ao poço de Jacó (Jo 4), descobrir que quem muito ama muito perdoa (Lc 7, 47), subir com ele em direção à Jerusalém das nossas paixões e desilusões,  retornar aonde o caminho começou (Mt 28, 10), redescobrindo o primeiro amor (“lá me verão”).Caminhando com ele, se cansando junto a ele, dormindo e acordando, de bom ou mau humor, e olhando-o nos olhos... assim, em sua intimidade, é que verdadeiramente se torna possível reconhecê-lo ao partir do pão, sentir o nosso coração como um vulcão, ardendo (Lc 24, 13-35) e, então, testemunhar que o Senhor vive e seu amor é a razão última da nossa existência, pois nele vivemos, nos movemos e somos (At 17, 28).

Francisco de Assis, vivenciou e encarnou esse itinerário de tal forma que “Quando orava, todo o seu ser era oração” (2Celano95). Ou seja, este existente, em seu entorno vital, tomou a decisão existencial de caminhar e se deixar afetar por Jesus, imergindo em seu mistério de amor, que não é um conceito, senão um modo de ser. Esse mesmo caminho está aberto e foi apresentado para os jovens viventes do CAMJOCAP.

Autor:
Frei José de Sá Araújo Neto
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