Clara, mulher inspiradora

Clara, mulher inspiradora

No dia 11 de agosto, celebramos Santa Clara de Assis, a primeira mulher a aderir o carisma de São Francisco, tornando-se uma importante personalidade na história da família franciscana. Nascida em 16 de julho de 1194, recebeu esse nome por inspiração de sua mãe, a qual acreditava que aquela jovem menina, um dia, iria iluminar o mundo. Clara sentiu-se motivada a assumir uma vida contemplativa a partir do ideal de vida assumido por São Francisco de Assis. Por isso, aos 18 anos, fugiu de casa, refugiando-se no Mosteiro beneditino de São Paulo das Abadessas e posteriormente na Ermida de Santo Ângelo de Panço. Em seguida, deu-se início, no convento de São Damião, a segunda Ordem da família Franciscana: A Ordem de Santa Clara. Inicialmente chamada de Ordem das damas pobres, “Damianitas” e depois “Clarissas”.

Muitas mulheres deixaram suas posses e assumiram o mesmo ideal de vida de Santa Clara de Assis, observando o Evangelho em fraternidade, sem nada de próprio, em obediência e em castidade, como Santa Inês de Assis e de Praga, Santa Catarina de Bolonha, Santa Coleta de Corbie, Santa Cunegundes da Polônia, Santa Eustóquia de Messina, Santa Isabel de Portugal, Santa Verônica Giuliani e tantas outras.

Após quase 770 anos da morte de Santa Clara de Assis, ainda há mulheres que se sentem inspiradas a seguir seu exemplo de vida. Assim aconteceu com a Irmã Maria José, OSCCap, que atualmente mora no mosteiro Nossa Senhora do Brasil, em Flores da Cunha-RS. E, neste ano, completa 25 anos de vida religiosa consagrada na Ordem das Clarissas Capuchinhas, diz a Irmã:

“Sinto-me feliz nesta vocação. Um processo que se dá dia a dia. Que tem momentos de alegria, momentos de perseverança, momentos de desafios, mas a Alegria de permanecer nesta casa de oração, de permanecer e de ser filha de Francisco e filha de Santa Clara”.

Vocação para a vida contemplativa

Ao conceder uma entrevista a equipe do Atreva-se, a irmã Maria José, OSCCap, partilhou o motivo de sua escolha para seguir os passos de Santa Clara de Assis. Segundo a irmã, a inspiração para se tornar uma Clarissa Capuchinha começou a partir do testemunho da vida de oração de sua própria mãe. “A nossa vida e vocação se inicia na família, pois, é lá que se cultiva os primeiros passos da caminhada na espiritualidade. Isso eu devo muito a minha mãe que foi uma pessoa de fé, uma pessoa perseverante na oração, uma pessoa de testemunho vivo”, relata.

A vocação é um dom de Deus, Santa Clara confirma isto em seu Testamento, ao escrever:

“Entre outros benefícios que temos recebido e ainda recebemos diariamente da generosidade do Pai de toda misericórdia e pelos quais mais temos que agradecer ao glorioso Pai de Cristo está a nossa vocação que, quanto maior e mais perfeita, mais a Ele é devida. Por isso, diz o Apóstolo: Reconhece a tua vocação”. (TestC 2-4) “Eu me sinto assim como Clarissa Capuchinha”, diz a irmã, “Uma caminhada que se deu início em 1997 até o momento presente. No evangelho, Jesus diz: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi.” (cf. Jo 15,16). É dom de Deus, é escolha de Deus e o nosso sim deve ser renovado dia a dia.

A Vida fraterna

A rotina do mosteiro é um tempo propicio para a vivência da espiritualidade, trabalho, estudo e fraternidade. As irmãs revezam os horários do dia entre as atividades próprias do mosteiro. Afirma Irmã Maria:

“Na nossa vida fraterna temos momentos de oração, momentos de contemplação, momentos de partilha, momentos de trabalho. Essa nossa vida deve ser uma vida de contínua união com Deus.”

Como todos os grupos de vivência comunitária, a vida em um mosteiro também traz suas dificuldades que são superadas na vivência da fraternidade. Reconhecer que cada irmã é um dom de Deus é um caminho para superar os desafios.

“É uma graça reconhecer que as Irmãs são um dom e um presente de Deus. Foi Deus quem nos trouxe aqui; foi Deus que nos proporcionou esta caminhada; por isso, há muito o que agradecer; há muito o que louvar e há muito que confiar e pedir a proteção de Deus.”

A inspiração de Santa Clara iluminou muitas mulheres, como a irmã Maria José e continua a iluminar outras tantas.

“Este é um convite, pois, assim como eu, a 25 anos atrás, dei início à vida consagrada, Deus convida a cada um dos jovens, das jovens, a seguir o Cristo, e ter a coragem para seguir o Cristo pobre, humilde e crucificado”. Completa a irmã, “Sou feliz em pertencer a esta família das Clarissas Capuchinhas.”

Para saber mais sobre a experiência de Vida fraterna em nosso carisma franciscano assista a LIVE “Vocação para a Fraternidade” em nosso canal no YouTube.

Autor:
Serviço de Animação Vocacional - Atreva-se Brasil
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