Cruz de São Damião
A Oração diante do Crucifixo:
Algumas considerações sobre a visão trinitária de Francisco de Assis.
Todas as orações de Francisco possuem uma visão profundamente mística. Uma das orações que agrega diversos elementos, inclusive faz parte do seu processo de descoberta vocacional, é a oração diante do Crucifixo de São Damião. Segundo os biógrafos, enquanto discernia sua vocação, envolto em uma profunda crise, Francisco procurava locais afastados para rezar e um desses lugares que ele encontrou era a Capela de São Damião. Em meio a essas ruínas Francisco encontrou um Crucifixo, e diante dele fazia suas orações. Um dia, enquanto São Francisco colocava em oração a pergunta: “Senhor, o que queres que eu faça”; eis que o Crucificado o respondeu: “Vai, e reconstrói a minha Igreja, que como vês, está em ruínas”. Estas palavras ressoam na vida de Francisco durante toda a sua vida.
A partir desse breve relato, é possível imaginar a importância que a Cruz de São Damião tem na vida de Francisco. Não menos importante e significativa, para sua vida e missão, é a oração que ele mesmo compôs diante dessa Cruz.
Francisco inicia esta oração com um adjetivo referente a dimensões geográficas: “Altíssimo”. Por mais que pareça ser óbvio, é importante firmar que a altura é a distância vertical que existe entre dois pontos definidos. Desse modo, só pode ser “Altíssimo” se a outra referência está à uma distância vertical muito inferior. Francisco não compôs um discurso, ele viveu e gerou essa oração a partir da sua experiência. Portanto, a referência inicial é Deus com relação a si próprio. Em seus escritos Francisco não enaltece a si mesmo, muito pelo contrário, ele se apresenta como um verme ou evoca para si a dignidade de lavar os pés dos demais frades. Francisco se coloca como último, como menor, como o servidor. Portanto, dentro dessa oração o ponto mais baixo é ele mesmo, e o mais alto, é Deus.
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