OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM - 2022

OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM - 2022

OITAVO DOMINGO DO TEMPOCOMUM – 27/02/2022

"Nós somos aquilo que cultivamos em nosso coração"

 

ACOLHIDA

Animador: Queridos irmãos e irmãs, Paz e Bem! A liturgia desse domingo nos convida a olhar para dentro de nós mesmos, avaliar quem nós somos de fato; como andam nossas ações, e assim, podermos ajudar melhor aos nossos irmãos e irmãs. Na escuta da Palavra de Deus e na Ação de Graças, somos inseridos na nova vida do Mestre Jesus, que abre nossos olhos e nossos corações. Iniciemos nossa celebração, cantando.

ATO PENITENCIAL

Presidente: A Palavra de Deus é como um espelho que revela a verdade de quem somos e de como agimos. Deixemos que ela abra nossos olhos, ilumine nossos passos e purifique nossos corações. Supliquemos a misericórdia de Deus, cantando.

 

HINO DO GLÓRIA

Animador: Glorifiquemos a Deus por seu amor incondicional e sua misericórdia sem limites, cantando.

 

LITURGIA DA PALAVRA

Primeira Leitura: Eclo27,5-8

Salmo Responsorial: Como é bom agradecermos ao Senhor.

Segunda Leitura: 1Cor15,54-58

Evangelho: Lc 6,39-45

 

REFLEXÃO

-A liturgia desse domingo nos convida a mergulharmos nas profundezas de nosso interior e ver o que há dentro de cada um de nós: tesouro ou lixo? O que encontrarmos, precisamos colocar para fora. Os tesouros para servirem aos outros, e o lixo, para ser eliminado, destruído, reciclado.

-A primeira leitura do livro do Eclesiástico nos traz preciosas sentenças em forma de “regras de ouro” para o conhecimento do ser humano. Não é tão simples conhecer as pessoas. Normalmente as julgamos pelas aparências, mas as aparências muitas vezes enganam. Quando o texto diz que “sacudindo a peneira, ficam os restos”, quer mostrar-nos que, com o passar do tempo, com o desenvolver da situação é que vamos conhecendo quem é uma pessoa, e também vamos revelando quem nós somos. O texto diz mais: “quando a pessoa discute, aparecem seus defeitos”. Ou seja, de boca fechada, um tolo pode se passar por sábio, porém, quando ele fala, revela que ele realmente é. É num debate, numa discussão que vamos conhecendo o grau de capacidade e de qualidade que uma pessoa tem. “O forno prova o vaso do oleiro, e a prova do homem está no seu raciocínio”. A discussão, o diálogo é um procedimento revelador, como é reveladora uma árvore com seus frutos. “O fruto de uma árvore mostra como ela foi cultivada, e apalavra revela o íntimo do homem”.

-No evangelho, por meio de três exemplos, Jesus nos dirige diversas advertências: não se pode guiar os outros se não se consegue guiar a si mesmo(caso do cego); é hipocrisia querer corrigir o outro enquanto os próprios defeitos são ignorados (cisco no olho); a prática concreta, as ações, definem a pessoa (caso da árvore). Os discípulos devem olhar e trabalhar os próprios defeitos e moldar o interior por meio das boas ações e assim se assemelhe ao coração do mestre.

-Numa sociedade prejudicada por tantas injustiças e abusos, onde crescem as “sarças” dos interesses e das rivalidades mútuas e onde brotam tantos “espinheiros” de ódio, discórdia, intolerância e agressividade, são necessárias pessoas que produzam frutos de vida, dignidade, esperança e paz. Evitemos tornar a vida de ninguém mais difícil do que já é, de envenenar o ambiente com nossa amargura, mas busquemos criar ao nosso redor relações diferentes feitas de confiança, bondade, empatia, cordialidade, acolhimento. Quando acolhemos alguém, nós o estamos libertando da solidão e infundindo nele novas forças para viver. Como é importante oferecer refúgio, acolhida, escuta a tantas pessoas maltratadas pela vida, viver mais a compaixão, transmitir alento aos que sofrem e nunca esquecer que o perdão é fonte de esperança em nossa sociedade. Não nos compete condenar, desprezar, nem julgar precipitadamente, pois nossos juízos e condenações só mostram nossa pouca qualidade humana. Não se trata de fechar os olhos ao mal e à injustiça. Trata-se simplesmente de ouvir a palavra de ordem de Paulo de Tarso: “Não te deixes vencer pelo mal; antes, vence o mal pelo bem”. A maneira mais sadia de lutar contra o mal numa sociedade tão prejudicada como a nossa é fazer o bem “sem retribuir a ninguém o mal por mal [...]; na medida do possível, e no que depender de nós, viver em paz com todos os homens’(Rm 12,17-18).

-Em nosso interior está o germe da autenticidade. O ser humano autêntico se constrói a partir de dentro. O decisivo é o “coração”, esse lugar secreto e íntimo de nossa liberdade, onde não podemos enganar a nós mesmos. De acordo comeste “despertador de consciências” que é Jesus, ali se decidem o melhor e o pior de nossa existência. É necessário “interiorizar a vida” para tornar-nos mais humanos. Se seu interior não for mais limpo e seu coração mais capaz de amar, seu futuro não será mais humano. “Aquele que é bom tira o bem da bondade que entesoura o seu coração e aquele que é mau tira o mal de sua maldade”.

-A verdade é um dos pilares da consciência moral e da convivência. Sem verdade não é possível viver com dignidade. Sem verdade não é possível uma convivência justa. Sem verdade o ser humano se sente traído numa de suas exigências mais profundas. As injustiças se alimentam sempre a si mesmas com a mentira. Os grupos de poder abusam impiedosamente de mecanismos perversos para dirigir a opinião pública e levar a sociedade a uma determinada posição. As consequências são graves. Quando se oculta ou se distorce a verdade, perde-se a capacidade de distinguir com clareza o “justo” do “injusto”, o “bem’ do “mal”. A mentira institucionalizada nos impede ver os abusos. Produz “cegos” que se acham capazes de guiar outros “cegos”. Os que põem verdade no meio de tanta mentira, luz no meio de tanta escuridão, são os que tem um coração misericordioso e estão atentos ao sofrimento dos inocentes.  

-O nosso coração é como um recipiente onde se guardam os “tesouros” que possuímos. Quem possui coisas boas no coração tira dele coisas boas; quem guarda dentro de si coisas más só pode tirar coisas más. Conhecemos uma pessoa quando ela fala, ou seja, uma pessoa com bondade no coração revela isso no falar. “A boca fala daquilo de que o coração está cheio”. Com essa expressão final do evangelho, entendemos melhor o que diz a primeira leitura: “o falar prova quem são as pessoas”. Sejamos, portanto, pessoas que falam das coisas de Deus, de coisas boas, e deixemos de lado toda forma de fofoca, calúnias, maledicências e palavras que não edificam a vida.

 

PRECES DA COMUNIDADE

Presidente: Irmãos e irmãs, rezemos com toda confiança a Deus Pai, nosso rochedo e salvação, dizendo: Ouvi-nos e atendei-nos, Senhor.

1 – Pelo Papa Francisco, e toda a Igreja, para que sempre proclame a Palavra com fidelidade e paixão, e assim produza na vida da humanidade frutos de solidariedade, partilha e paz, rezemos.

2 – Conduzi as autoridades que tem a responsabilidade de julgar, para que o façam com honestidade, justiça e ética, rezemos.  

3 – Acompanhai os discípulos e as discípulas do vosso Filho, para que sejam sinceros no falar, coerentes no agir e perseverantes no seguimento do Mestre, rezemos.

4 – Fortalecei os pobres e todos os que sofrem, para que se mantenham firmes na busca por dignidade e saibam em tudo agradecer vossa bondade, rezemos.  

 

OFERTÓRIO

Animador. Junto com o pão e o vinho, coloquemos sobre o altar do Senhor o melhor que Ele plantou em nossos corações para que se transforme em vida e dignidade para todos. Cantemos.

 

COMUNHÃO

Animador: Comungar o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia nos fortalece no empenho para que o pão de cada dia chegue a todos os irmãos e irmãs. Cantemos.

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