A Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação dos Capuchinhos de São Paulo tem buscado ser uma presença missionária junto às periferias da cidade de São Paulo. Na pandemia, atendemos emergencialmente várias comunidades nas periferias mais distantes da cidade, com alta vulnerabilidade: famílias que carecem de quase tudo, moram muito precariamente, estão em trabalhos informais, muitas vezes à beira de córregos e em áreas de violência, padecendo com a carência alimentar e de outras necessidades básicas.

Após este período da pandemia, buscamos, com as visitas presenciais e outras formas de proximidade e escuta, estar junto à realidade dessas comunidades periféricas, particularmente em Grajaú e Brasilândia, também na busca de fortalecê-las na garantia da dignidade humana (com doações de cestas básicas, agendamento de consultas médicas, parceria como Mesa Brasil, reivindicações junto à Sabesp, assistência jurídica, doação de cobertores no inverno, parceria com o Movimento de Moradia, etc).

Nesse intuito, a Comissão JPIC, em diálogo com a equipe de formadores da Província, organizou uma Semana Missionária com a participação dos pós-noviços, acontecida na segunda semana de julho desse ano, nos bairros Elisa Maria e Vista Alegre, em Brasilândia. A paróquia Imaculado Coração de Maria, na pessoa do padre Dorival e com a mediação de Dom Carlos Silva, juntamente com a Comissão JPIC organizaram esses dias missionários no intuito de ser uma presença fraterna e da Boa Nova de Jesus junto a essas populosas comunidades. O território em que se encontra esta Paróquia tem 90 mil pessoas e 10comunidades, com algumas comunidades em realidade de muita pobreza e exclusão.

Assim, nestes dias, focamos visitar as famílias com maior necessidade e realizar alguns encontros nas comunidades mais vulneráveis. Tivemos três momentos de roda de conversa, para escutar um pouco da história e lutas das lideranças dessas comunidades. E pudemos partilhar a vida e a Palavra de Deus, nas noites, nas comunidades visitadas durante esses dias. Tempo muito valioso para “avançarem águas mais profundas”, aprender cada vez mais ser “Igreja em saída às periferias” e no encontro, na escuta de tantas realidades de luta pela vida, encontrar o Cristo presente nas fragilidades da vida do dia a dia: “Mas, a quem deveria privilegiar? Quando se lê o Evangelho, encontramos uma orientação muito clara: não tanto aos amigos e vizinhos ricos, mas sobretudo aos pobres e aos doentes, àqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos, àqueles que não têm com que te retribuir’ (Lc 14, 14)... ‘os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho” (Papa Francisco, EG 48).

“Não os deixemos jamais sozinhos” (EG 48) ecoa em cada um que vivenciou essa Semana missionária inserida!

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