Poema: "Diálogo: Fé e Razão"
Deixai-me ver onde vais
Conduza-me ao infinito
Tu me podes constatar
Se por lá há algum perigo?
Claro que não há
Eu sou a totalidade da luz humana
Sobre mim se condensa todo saber
Depois de mim não há outro panorama
Não há outro panorama?
Então és portadora de tudo
Como podes tanta prepotência
Respondas pois da vida, os absurdos
Calma, te peço
Explicarei meu estatuto
Eu sou a Razão e fora do empírico
Tudo é desnecessário e irresoluto
Razão, agora percebo
Tu és causadora de desatinos
O mundo humano supera
Ciência, lógica e simplicismos
Simplicismos, o que estás a dizer?
Por acaso, tu oh Fé possuis minha complexidade?
Só porque conduzo os homens ao incognoscível e não mais me preocupo
Mesmo apontando que este mantem a realidade?
Ora Razão, tu estás alógica
Desprezar o que sustenta a realidade
Só porque tu não possuis ferramentas
É descuidar da preciosidade
Mas Fé, o mundo é tão lindo
Ele próprio está cheio de mistérios plausíveis
Não quero parar de investiga-los
Não suporto não definir O Invisível
Não quero que pares de contemplar o mundo
Desejo que entendas que tu te levas ao nada e a agonia
Tu não és só luz como pensas
Geras trevas e bem densas
Eu estou agradecido, Fé
Como pude constar problemas e não trata-los?
Portanto, quando me faltar arrimo e tudo se tornar objetificado
Contigo voarei para trás de todo objeto, para Algo não-codificado.