TERCEIRO DOMINGO DA QUARESMA 2022
TERCEIRO DOMINGO DAQUARESMA – 20/03/2022
Deus vê, ouve, conhece, se compadece e liberta.
ACOLHIDA
Animador: Com alegria, acolhemos a todos, para celebrar a misericórdia de Deus. Jesus nos faz um convite à conversão. Faz um novo apelo para renovarmos o coração e produzirmos bons frutos de justiça, de amor e misericórdia, para participarmos da Páscoa do Senhor. A conversão do coração deve acontecer mesmo em situações difíceis. Jesus não deixou que fosse arrancada uma árvore, aparentemente seca e improdutiva, confiando nela existir um germe de vida nova e de frutos. Acompanhemos a procissão de entrada, cantando.
ATO PENITENCIAL
Presidente: Diante do amor incondicional de Deus, nos damos conta das nossas imperfeições que precisamos mudar. Com toda sinceridade e transparência, aproveitando a oportunidade de conversão oferecida pelo Senhor e peçamos perdão.
-As situações de morte, perigos, violência e agressões a que estamos expostos a todo instante são sinais fortes e apelos à conversão. Mas às vezes não damos importância e nada mudamos. Senhor, tende piedade de nós!
-As mensagens da Quaresma são um apelo forte para revermos nosso pensar, nosso agir e nosso estilo de vida, mas o comodismo e a indiferença impedem-nos demudar, Cristo, tende piedade de nós!
-Deus, com paciência e sem marcar prazos, concede-nos o tempo para nos converter e produzir frutos de bem, de amor e de justiça, mas, muitas vezes, ignoramos as oportunidades que nos são concedidas. Senhor, tende piedade de nós!
LITURGIA DA PALAVRA
Primeira Leitura: Ex 3,1-8 a. 13-15
Salmo Responsorial: O Senhor é bondoso e compassivo.
Segunda Leitura: 1Cor10,1-6.10-12
Evangelho: Lc 13,1-9
REFLEXÃO
-Estamos vivendo um momento forte da graça de Deus: o terceiro domingo da Quaresma, e a liturgia nos convoca a uma sincera conversão, pois o desejo profundo de Deus é arrancar-nos da escravidão e do pecado, e conduzir-nos à liberdade e à graça.
-Deus, que não se deixa vencer em misericórdia, não suporta ver seus filhos sofrendo, uns sendo escravizados, explorados, massacrados por outros. Ele não é surdo, ouve o grito dos oprimidos e o gemido da terra. Ele não é cego, mas vê a situação do seu povo. Ele não é insensível e indiferente, mas conhece o sofrimento de seu povo. Por isso, ele vem a nós para nos libertar. Se apresenta a Moisés, homem simples que pastoreava o rebanho do seu sogro Jetro, numa sarça que ardia sem consumir-se. Ele ouviu o chamado de Deus, pedindo que se aproximasse com humildade, ou seja, descalço. Tirar as sandálias para pisar em lugares sagrados, representa um gesto de reverência, de reconhecimento do sagrado e de respeito. Para ouvir Deus e encontrar-se com ele, nós precisamos nos despir de nossas vaidades, de nosso orgulho, de nossas arrogâncias. Precisamos ter os pés no chão, ou seja, estar conscientes da realidade e não viver com a cabeça nas nuvens, como propõem certas “espiritualidades” que não envolvem as pessoas na transformação do mundo, nas realidades de sofrimentos, nas tantas formas de escravidão que ainda existem e que esperam pessoas como Moisés para se apresentar a Deus e libertar os oprimidos dessas situações. Sem procedimentos de humildade e compromisso, nós não sintonizaremos com ele. Pois, como a Moisés, ele nos envolve nesta missão. Nós, porém, como Moisés, muitas vezes, buscamos desculpas e justificações para permanecermos na inércia, no comodismo, na esterilidade e em nossa indiferença anestesiante. Mas Deus é persistente. Não desiste de nós. “Ele não chama os capacitados, mas capacita aos que ele chama”. Apesar de nossa condição pecadora, Ele conta conosco. Como Moisés e o povo de Deus somos desafiados a atravessar o deserto das muitas provações de nossa vida, e encará-las como um tempo de lapidação do povo para a conquista de um outro mundo possível. Na sua misericórdia, Deus não desamparou o povo nesta travessia, protegendo-os com sua nuvem, fortalecendo-os com o alimento espiritual, saciando sua sede na fonte na rocha espiritual que era o próprio Deus. Mesmo assim, nem todos agradaram a Deus e pereceram. Deus, porém, nos dá sempre novas oportunidades de conversão, de produzir frutos de conversão, de justiça, de fraternidade, de solidariedade.
-No evangelho, Jesus evoca dois acontecimentos catastróficos para mostrar a necessidade de conversão, e esclarecer que os que morreram não eram mais pecadores do que os outros que sobreviveram, e que não cabe a nós emitirmos julgamentos, como se as desgraças fossem castigo de Deus ou consequência do pecado. Somos todos pecadores, necessitados de conversão e da misericórdia divina. Deus nos dá sempre novas oportunidades de superar a indiferença, olharmos a nossa volta, e como Deus, ver a situação de nossos irmãos e irmãs desprovidos do mínimo necessário, ouvir os seus gritos e o gemido de nossa irmã, a mãe terra, fazermos ouvir nossa voz profética, e enfrentarmos os Faraós de hoje, produzir frutos de vida, dignidade, fraternidade, contribuindo para que o direito brote como uma fonte e a justiça possa correr como um riacho que não seca.
PRECES DA COMUNIDADE
Presidente: Como comunidade orante e penitente, peçamos ao Senhor a graça da conversão, suplicando: Senhor, dai-nos a graça da conversão!
1– Quando nos envolvemos demais nas preocupações, correrias e agitação do mundo, esquecendo-nos de Deus, supliquemos.
2– Quando nos encontramos em situações difíceis e achamos que é impossível voltar para os caminhos de Deus, supliquemos.
3– Quando vemos pessoas doentes, inválidas, pobres, abandonadas e não sentimos compaixão, nem nos damos conta que elas são o próprio Jesus sofredor, supliquemos.
4– Quando vemos tanto descuido, agressão e destruição da natureza, obra de amor do Criador, supliquemos.
5– Quando vemos tantos privados do direito a uma educação integral e humanitária, num país que sucateia o ensino público e não fazemos ouvir nossa voz profética, supliquemos.
OFERTÓRIO
Animador: Junto ao pão e vinho, procurando viver a nossa Páscoa, ofereçamos os frutos da nossa conversão, sobretudo os frutos do respeito à vida e à dignidade dos nossos irmãos e irmãs.
COMUNHÃO
Animador: Recebendo a Eucaristia, recebemos o Pão da Vida que alimenta em nós a conversão e a vida nova de cristãos.