VIGÉSIMO OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM 2022

VIGÉSIMO OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM 2022

VIGÉSIMO OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM – 09/10/2022

Fé, Encontro com Deus e Gratidão

ACOLHIDA

Animador: Irmãos e irmãs, acolhemos a todos com a saudação franciscana de PAZ E BEM! Na liturgia de hoje queremos nos encontrar com Deus em pessoa, alimentar nossa fé e expressar nossa profunda gratidão. Quem tem fé sente e reconhece que tudo é graça de Deus. Jesus cura dez leprosos, mas somente um deles volta para agradecer. O milagre lhe abriu os olhos para o sentido da missão e da pessoa de Jesus. Vivendo o mês missionário vamos seguir os passos de Jesus e assumir com amor e fé nossa missão, cantando. 

    

ATO PENITENCIAL

Presidente: Revendo nossos gestos, atitudes e ações, busquemos na misericórdia do Pai o perdão:

- Pelas vezes que as relações pessoais são baseadas unicamente na utilidade e não na gratuidade, Senhor, tende piedade de nós.

- Pelas vezes que nossa cegueira nos impede de contemplar e acolher o amor gratuito de Deus, Cristo, tende piedade de nós.

- Pelas vezes que deixamos de perceber agradecer e que o milagre acontece quando a fé é cultivada e o amor é partilhado, Senhor, tende piedade de nós.

GLÓRIA

Animador: Glorifiquemos a Deus pelas incontáveis graças e bênçãos que Ele nos concede a cada dia, e por todos gestos que revelam a gratuidade do amor, cantando.

LITURGIA DA PALAVRA

Primeira leitura: 2Rs 5,14-17

Salmo Responsorial: O Senhor fez conhecer a salvação e às nações revelou sua justiça

Segunda leitura: 2Tm 2,8-13

Evangelho: Lc 17,11-19

REFLEXÃO

- A liturgia de hoje nos aponta três temas de fundamental importância para nossa vida cristã:  a , o encontro com Deus e o agradecimento. Temas que nos levam a perguntar: como anda nossa fé? A primeira leitura nos traz o personagem Naamã, o sírio, isto é, um estrangeiro que procura o profeta Eliseu porque tinha ouvido que ele era um homem de Deus, que poderia livrá-lo do mal da lepra, enfermidade que o marginalizava terrivelmente. O profeta lhe pediu que mergulhasse sete vezes no rio Jordão. Sete é o número da perfeição. A água é símbolo da purificação. Mergulhar sete vezes na água significa que a cura desse homem não será parcial, mas total. Com esse gesto, ele estaria totalmente curado e integrado no plano de Deus pois após a cura, ele reconhece que o Deus de Eliseu é o Deus verdadeiro e que Eliseu é de fato um homem de Deus. Naamã renasce para uma vida nova com este gesto, uma vida plena, o que significa mais do que uma simples cura, significa a salvação. Naamã não foi apenas curado, ele foi salvo. Com a obediência ao homem de Deus, ele obteve não apenas a cura do corpo, mas da alma. Sentindo-se curado e salvo, ele volta para agradecer, professa sua fé, reconhecendo que não há outro Deus, senão o que há em Israel. Temos aqui o exemplo de alguém que fez um verdadeiro encontro com Deus, que descobriu a fé verdadeira e que, por isso, voltou para agradecer.

- No Evangelho, Jesus está atravessando a região da Samaria para a Galileia, uma zona de turbulência, território de povos excluídos e marginalizados, marcados pela dor e, sobretudo, povos que se rivalizam apesar de tantos outros sofrimentos. É neste contexto que dez leprosos se aproximam de Jesus suplicando: “Tem compaixão de nós”. Ao vê-los, ali marginalizados, pedindo um gesto de compaixão, Jesus não espera nem um pouco. Deus quer vê-los convivendo com todos. Jesus lhes diz “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”, que tinham autoridade para dar-lhes o atestado de cura. Enquanto que iam pelo caminho, ficaram limpos. No entanto só um, que era estrangeiro, samaritano, vendo que estava curado, compreende que acaba de receber algo muito grande; sua vida mudou. Então, em vez de apresentar-se aos sacerdotes, “volta” para Jesus. Ali está o Salvador. Já não anda como um leproso, afastando-se das pessoas. Volta exultante, “louva a Deus em alta voz”: Deus está na origem de sua salvação. Depois, prostra-se diante de Jesus e “lhe dá graças”.

- Todos os leprosos foram curados fisicamente, mas só aquele que voltou a Jesus dando graças ficou “salvo” pela raiz. O que é uma religião vivida sem agradecimento? O que é um cristianismo vivido a partir de uma atitude triste e negativa, incapaz de experimentar a luz, a força, o perdão e a esperança que recebemos de Jesus? Não precisamos reavivar na Igreja o agradecimento e o louvor a Deus? Não precisamos voltar a Jesus dando graças? Não é isto que pode desencadear nos crentes uma alegria hoje desconhecida por muitos? Em nossa “sociedade mercantilista”, há cada vez menos lugar para o gratuito. Tudo se compra, se troca, se empresta, se deve ou se exige. Neste clima social a gratidão desaparece. Algo semelhante pode acontecer na relação com Deus se a religião se transforma numa espécie de contrato com ele: “Eu te ofereço orações e sacrifícios e tu me asseguras tua proteção. Eu cumpro o que está estipulado e tu me recompensas”.

- A pessoa agradecida sabe que sua existência inteira é dom de Deus. As coisas que o rodeiam adquirem uma profundidade antes ignorada: não estão aí apenas objetos que servem para satisfazer necessidades, mas são sinais da graça e da bondade do Criador.

- Dos dez leprosos curados por Jesus, só um retorna “glorificando a Deus” e só ele ouve as palavras de Jesus: “Tua fé te salvou”. O reconhecimento prazeroso e o louvor a Deus sempre são fonte de salvação. A gratidão é um sentimento profundamente arraigado no ser humano e temos incontáveis motivos para agradecer. É necessário estarmos atentos para acolher o lado bom, belo, positivo da vida, em nós e nos outros, e perceber tudo isso como dom de Deus, fonte origem última de todo bem. A vida se transforma então quase espontaneamente em louvor. Apesar dos dissabores, fracassos e pecados, a existência é dom e devemos acolher cada dia em atitude de louvor. O louvor a Deus é manifestação de vida sadia e acertada. Quem não é capaz de louvar tem ainda algo de enfermo em seu interior.

- Há, no entanto muitos, que só lembram de Deus para expressar suas queixas ou pedir seu auxílio em momentos de necessidade, e há os que caminham pela vida com ar de triste e amargurado. Seu olhar se fixa sempre no que há de desalentador. Não sabem apreciar tantos gestos nobres, belos e admiráveis que acontecem todos os dias em qualquer parte do mundo. Talvez vejam tudo escuro porque projetam sobre as coisas sua própria escuridão. Outros ainda, passam pela vida indiferentes a tudo. Só tem olhos para o que serve a seus próprios interesses, levando uma vida monótona e entediada. Por isso, tenhamos em nosso coração os mesmos sentimentos de Maria, que canta: “minha alma glorifica no Senhor, exulta em Deus meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva...” E ter em nós os sentimentos do próprio Jesus Cristo que exclama: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondestes essas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos”. De fato, só os humildes e pequeninos é que reconhecem a grandeza e a generosidade infinita e incondicional de Deus e sabem agradecer.

PRECES DA COMUNIDADE

Presidente: A gratidão brota de um coração que cultiva a fé. Por isso, queremos render graças a Deus por tudo que recebemos. Após cada invocação, digamos: “Senhor, nós vos damos graças!”

  1. Porque nos dá o dom da vida e nos revela o caminho do amor e da salvação, digamos:
  2. Porque nos reúnes em torno de vossa mesa e nos revestes de profunda paz e alegria, digamos:
  3. Porque nos presenteias diariamente com muitas bênçãos e permaneces sempre conosco, digamos:  
  4. Porque colocas em nosso caminho pessoas que transformam a nossa vida e nos mostram um novo jeito de viver, digamos:

OFERTÓRIO

Animador: Junto com o pão e o vinho apresentamos ao Senhor o nosso OBRIGADO. Queremos agradecer pelos frutos da terra e pelos frutos que brotam dos corações que tem fé. Tudo, no altar do Senhor, é transformado em alimento que gera vida em abundância.  Cantemos.

COMUNHÃO

Animador: o receber Jesus na Eucaristia sentimos nossa fé fortalecida e nossa vida revigorada. Com Jesus caminhamos e assumimos com alegria nossa missão, cantando.

Autor:
Frei Carlos Raimundo Rockenbach, OFMCap
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