A Santa Missão pregada pelos frades capuchinhos da PRONEB em Delmiro Gouveia, Alto Sertão alagoano, diocese de Palmeira dos Índios, paróquia Nossa Senhora do Rosário, especificamente na comunidade Bom Sossego, de 11 a 14 de maio do ano da graça de 2023, por ocasião das festividades do jubileu de 40 anos da referida paróquia, foi um sinal do que disse o então Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, frei Mauro Jöhri, em novembro de 2009, por meio de carta circular, “a missão cria unidade” (n.1.5). Com os corações prenhes dessa certeza, colocaram os pés a caminho de Delmiro os missionários, a saber: frei Tiago Felipe (secretário da pasta de Pastoral e Missão), frei José Cícero(coordenador da Missão), frei Alexandre Barbosa (secretário) e frei José Nunes. Além dos frades, também estiveram presentes os irmãos Alexandre da Silva e Kayke José (postulantes do primeiro ano), Willaneideison Gaudêncio (postulante do segundo ano), bem como as religiosas do Instituto das Irmãs Pias Operárias de São José: irmã Lourdes Neves e Lidiane Almeida (aspirante).

Por graça de Deus, em Bom Sossego foi realizada uma linda e frutuosa Santa Missão, que dispôs de diversas atividades: celebrações eucarísticas; confissões; adoração ao Santíssimo Sacramento; procissões; visita às casas, à escola e hospital; encontros formativos com jovens e casais; encontro vocacional; refeições comunitárias. Ora, como se sabe, uma das característica das Santas Missões Populares (SMP) é buscar ser uma “espécie de ‘sacudida’ na vida das pessoas e estruturas paroquiais e diocesanas, acomodadas numa ‘pastoral de mera conservação’. Nesse sentido, como método de mobilização que envolve indistintamente todos os grupos paroquiais, [...] as SMP criam um tempo especial de atividades que tendem a colocar em primeiro plano o fundamental da comunidade eclesial[1]”.

Foi uma verdadeira festa da unidade, da colaboração mútua, da doação de si. Os diversos grupos da comunidade, ternamente pastoreados por seu pároco, padre Adauto Vieira, e orientados pelos frades, na pessoa de frei Tiago Felipe, o qual realizou aí uma pré-missão para escutar as lideranças e, por conseguinte, estabelecer as linhas de ações a serem realizadas, colocaram a mão na massa e não mediram esforços para fazer acontecer, na força do Paráclito, esse momento kairológico e revigorante na vida do povo de Deus reunido em Bom Sossego, dos frades, das irmãs, dos postulantes e dos demais missionários.

Fundamentada no imperativo de Cristo, “Ide!” (cf. Mt 28, 19), a missão implica uma dinâmica proclamação da Boa Nova a fim de que os corações, no poder do Consolador, se abram aos ensinamentos do Nazareno e, por conseguinte, desenvolvam relações de ternura, fraternas e sinodais, as quais manifestam o amor Deus e seu Reino. E é justamente nesta lógica de contemplar a presença do Reino no vínculo de união fraterna criado ou fortalecido pelas atividades da missão, que se pode dizer como as mulheres da Aurora, no tocante à Santa Missão realizada na comunidade Bom Sossego: “vimos o Senhor” (cf. Jo 20, 25). E dir-se-á: vimo-Lo na união da comunidade; na hospitalidade; no serviço; nas equipes de trabalho; na condução solícita do seu pastor; no amor para com os frades, postulantes e irmãs e nas casas que os(as) hospedaram. Assim como o Senhor precedeu apóstolos na Galileia, outrossim precedeu os frades, os postulantes e as irmãs em Bom Sossego, sentou-se e repartiu com eles o pão.

Rezemos para que a Virgem do Rosário interceda por cada fiel de Bom Sossego, por cada família, especialmente pelas mais necessitadas, bem como pelo seu pastor, Padre Adauto Vieira, a fim de que juntos possam dar continuidade ao cultivo e colher os frutos na hora oportuna dessa linda Santa Missão. Que assim seja.

‍[1] Pe. Sidnei Marco Dornelas, CS. O método das Santas Missões Populares a serviço da Missão Continental? Questionamentos sobre suas possibilidades e incongruências. Encontros teológicos, v. 25, n. 3, p. 49-66, 2010.

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