Frei Ângelo, filho de Ângelo Rozulen e Carmen Dias, nasceu aos 30.10.1912, em Santo Antônio da Platina PR. Foi batizado com o nome de João aos 14.12.1912, e crismado aos 29.08.1919 por Dom João Francisco Braga.
Vestiu o hábito no Convento das Mercês, em Curitiba, aos 02.07.1935, com o nome de Frei Ângelo de Santo Antônio da Platina, sendo mestre de noviciado Fr. Barnabé de Guarda Vêneta. Seis meses antes recebeu o hábito de Probando. Emitiu a profissão temporária em Curitiba, aos 05.07.1936, e os votos perpétuos nas mãos de Fr. Tarcísio de Bovolone, aos 09.07.1939 na Igreja Nossa Senhora das Mercês, Curitiba.
Fr. Ângelo residiu nas seguintes Fraternidades: Botiatuba, 1937-1938; 1971-1982; Curitiba: Mercês,1939-1941;1942-1943; 1949-1950; 1968; Barra Fria, 1941-1942; 1947-1949; Irati: Seminário Santa Maria, 1951-1967; Santo Antônio da Platina,1969; Siqueira Campos, 1970.
Fr. Ângelo prestou, com muita competência e dedicação, os serviços próprios dos Freis Irmãos do seu tempo: Alfaiate, Cozinheiro, Motorista (carteira aos 22.03.1950), Assistente do Custódio, Assistente de Seminário, Assistente dos Irmãos, Padeiro, Sapateiro, Sacristão, Fruticultor. Nota: todo o trabalho que Fr. Ângelo assumia, fazia-o com o máximo de perfeição.
Aos 10.03.1971, Dom Pedro Filipak, Bispo de Jacarezinho, a pedido de Fr. João Estêvão Costa, Vigário de Santo Antônio da Platina, autorizou Fr. Ângelo Rozulen a expor e repor o Santíssimo, distribuir a comunhão e fazer exéquias.
Fr. Ângelo faleceu de infarto na noite do dia 09.12.1982, em Botiatuba. No dia anterior tinha ido a Curitiba para cortar o cabelo e confessar-se. Contava com 70 anos de idade e 46 de Vida Religosa.
Comunicando seu falecimento, assim se escreveu no boletim “Atos” da Província: "Frei Ângelo, você partiu. Partiu e nos deixou assim, naquela sensação de devedores em atraso, com o cheque assinado na mão. Você se foi, mas a sua imagem antitética de uma aparente fragilidade física e um espírito veemente vai demorar muito tempo para se esvair do nosso espírito. O seu perfeccionismo nas coisas, a eterna insatisfação do opus imperfectum. A angústia existencial, não pela explicação, mas pela conciliação dos contrários, na harmonia de uma graça que se anuncia, retardando, contudo, em fazer se presente. Uma distância quase cismática entre o ideal perseguido e a realidade disponível. O preço e o peso de alguma decisão obediencial”: “Quando eu era jovem, queria ser padre: não me deixaram. Agora que sou velho, me deixam; mas para mim é tarde. Por que será que a gente é assim?”. Uma formação radical, mais a estoicismo que a cristianismo, com muito de anjo e pouco de homem, bem distante do Irmão de Assis. Era visão pré conciliar da vida religiosa, mais empenhada na luta contra o mal do que na realização do bem. Se os votos foram todos eles para você uma opção desafiante, o desafio foi assumido: “Sei em quem acreditei”. Um dia Ele me mandou dar um salto no escuro. No começo hesitei, mas depois pulei. Um tombo, uns arranhões, mais susto que ferimentos. É que Ele também pulou e estava a meu lado. E caminhamos juntos, passo a passo, dialogando em silêncio...' “Três vezes roguei ao Senhor... e ele me respondeu: Basta te a minha graça”. “Esta foi a tua e a nossa história de Província emergente: inexperiência, tatea¬mentos, procura do próprio caminho. Frei Ângelo, adeus! E deixe nos contemplar ainda por algum tempo a foto panorâmica, em preto e branco, da tua vida: Uma batalha renhida, alguns lances perdidos, aqui e ali mortos e feridos. Mas, no fim, o saldo positivo da vitória final. E para concluir, uma pergunta: Será que os santos não foram assim?” .
Está sepultado no Cemitério de Botiatuba.