* 24 de abril de 1909, em Porto Seguro-PI
+ 13 de abril de 1981, em Teresina-PI
Entrou na Ordem aos 32 anos vindo da polícia militar e foi uma das primícias do noviciado da Custódia Maranhense. Fez sua primeira profissão religiosa no dia 24 de abril de 1945. O noviciado da serra de Guaramiranga-CE foi o lugar que o teve repetidas vezes como membro da fraternidade, empenhado na formação e instrução dos jovens que aspiravam à vida seráfica. Sua profissão no mundo era alfaiate compatível com a vida do convento que abraçou e prestou relevantes serviços.
De 1945 a 1948, durante a segunda guerra mundial foi enviado ao Seminário Seráfico de Messejana como instrutor dos postulantes leigos e auxiliar de disciplina.
Por sua maturidade foi transferido para Belém do Pará como porteiro nos anos 1949-50 e em seguida para a recente fundação do Convento de Parnaíba-PI de 1950-52. Os superiores, apreciando suas qualidades devolvem-no a Guaramiranga de 1952-58, sempre como porteiro e de novo em Messejana em 1959 como alfaiate. Na abertura do convento de Sobral, lá está Frei Belchior como porteiro e horteleiro.
Seu porte humilde cativa-lhe a estima do povo e os superiores o encarregam de ir esmolar em benefício do Noviciado nos anos de 1954 a 1964; sua figura já encanecida na nova Custódia Geral do Ceará e Piauí tem forte valor exemplar e então de 1970 a 1972 é instrutor dos noviços em Guaramiranga, de onde é transferido para o convento do Coração de Jesus em Fortaleza. No ano de 1975 começa a manifestar-se nele o AVC. No ano seguinte passa a residir em Teresina, onde o clima é mais agradável e perto de seus familiares.
É incrível a disponibilidade deste irmão de cabeça branca que pode ser transferido pelos superiores de um Estado para outro e de um convento para outro, de uma casa para outra, sem que isto o deixe perturbado. Para onde ele vai, com seu comportamento manso e despretensioso cativa os frades e leigos e sabe viver o isolamento nos últimos seis anos de sua existência com edificante espírito de desprendimento e humildade. Na realidade Frei Belchior conseguiu fazer uma síntese meio grotesca, unindo os traços que herdou dá polícia, a pouca escolaridade e os estudos fragmentados de franciscanismo. Todos gostavam dele, tinha uma alma de criança, embora nunca tenha se encaixado no perfil padrão do frade.
Faleceu aos 72 anos de idade.