Frei Ludovico, filho de Antônio Tiago Toso e Ida Basso, nasceu em Zompitta del Roiale (Reana, Itália) aos 25.02.1917. Foi batizado com o nome de Antônio no dia 01.03.1917 na Paróquia de Qualso, Údine. Recebeu a Primeira Eucaristia aos 02.06.1927, e no ano seguinte foi crismado.
Aos 19.10.1929, com 12 anos de idade, ingressou no Seminário de Rovigo, tendo por diretor Fr. João de Bergantino. Lá fez os quatro anos do Curso Ginasial, permanecendo até 1932.
Na Guerra - Quando jovem, Antônio Toso foi soldado de linha de frente na Segunda Guerra Mundial. Um navio no qual viajava com 300 soldados foi bombardeado. Somente 30 se salvaram, entre eles, Fr. Ludovico. A campanha militar até a Rússia foi de sofrimentos indescritíveis. Atacados, os soldados tiveram que retornar a pé, defendendo-se no meio da neve. Frei Ludovíco, com sua força de caráter e sorte, conseguiu retornar à Itália.
Retornando da guerra, continuou sua vida na Província de Veneza, vivendo como terceiro franciscano. Em 1949, Fr. Ludovico pediu para ser missionário em Angola. Os Superiores aprovaram o seu pedido, mas, por descuido burocrático, o governo português não lhe concedeu o passaporte para ir a Angola.
No Paraná - Contudo, em 1951, Fr. Ludovico pôde vir ao Brasil. Um fato curioso: Frei Clemente Vendramim estava em Barcelona retornando ao Brasil, após concluir estudos em Roma. Daquele porto embarcou no mesmo navio onde estava Fr. Ludovico, chegando a Curitiba antes da Páscoa daquele ano.
Em 1952 iniciou o noviciado em Botiatuba, com o nome de Fr. Amadeu de Zampitta, entretanto não foi admitido à profissão religiosa, permanecendo como Terceiro Franciscano.
Com autorização do Ministro Geral, iniciou pela segunda vez o noviciado a 01.02.1958 em Siqueira Campos PR, sendo mestre Fr. Barnabé de Guarda Vêneta. Ali emitiu a profissão temporária aos 12.02.1959. Também em Siqueira Campos professou os votos perpétuos, aos 02.02.1962, nas mãos de Fr. Bonifácio Piovesan.
Exerceu o apostolado nas seguintes localidades: Barra Fria (1951); Butiatuba (1951); Irati: Seminário Santa Maria (1952;1967); Cruzeiro do Oeste (1953); Mandaguaçu (1956); Siqueira Campos (1957; 1959-1960); Ponta Grossa: Bom Jesus (1961;1966;1968; 1972-1981); Capinzal (1965); Itapoá (1982-1989); Curitiba (Mercês, 1990-2006).
Nas fraternidades onde morou prestou os seguintes serviços: Cozinheiro, Auxiliar na Construção do Seminário Santa Maria, Esmoleiro por vários anos percorrendo todo o Paraná e Santa Catarina, Tipógrafo em Mandaguaçu e Ponta Grossa, Assistente dos Seminaristas, Porteiro e Sacristão.
Frei Ludovico teve sua vida marcada por grandes períodos de sofrimentos. Talvez o maior foi sua participação na guerra, que lhe deixou marcas profundas. Apesar destas marcas violentas, Frei Ludovico nunca perdeu a esperança e o belo, puro e quase infantil sorriso de seus lábios que, até pouco antes de sua morte, comovia enfermeiros e médicos.
Foi um lutador constante em todos os sentidos: na guerra, soldado ardoroso e intrépido; na vida religiosa, disposto a enfrentar qualquer tarefa e a ela se dedicar de corpo e alma. Mostrou-se Frade que dizia sempre “sim”, quando os Superiores necessitavam dele, dispondo-se a qualquer trabalho. Seu coração batia forte pela Ordem e pelo povo que gostava de abençoar e aconselhar. Assim afirmou: “Nem a tristeza, a desilusão, a incerteza, a solidão, o medo, a depressão, por mais que sofra, nada me impedirá de sorrir, de sonhar, de acreditar em Deus. Quero viver o dia de hoje como se fosse o primeiro e o único. Quero manter meu otimismo”.
Passou seus últimos anos no Convento das Mercês, em Curitiba, ministrando bênçãos e, ultimamente, viveu mais recolhido porque necessitava de muitos cuidados médicos. Nos últimos meses sofreu muito. Faleceu no dia 24.09.2006, dia da Festa de Nossa Senhora das Mercês. Contava 89 anos de idade, 47 de Profissão Religiosa e 55 de Missionário no Brasil.
Foi sepultado em nosso Cemitério de Botiatuba.