Frei Tomás, filho de Antônio Durisotti e Maria Tosollini nasceu aos 23.02.1891 em Moruzzo, Diocese de Údine, Região do Friuli, na Itália. Foi batizado no mesmo dia com o nome de Augusto, e crismado aos 18.06.1905.
Entrou para Seminário de Verona com 11 anos, aos 15.09.1902. Recebeu o hábito capuchinho aos 17.07.1906 em Bassano del Grappa, onde emitiu a profissão temporária aos 18.07.1907 nas mãos de Fr. Teodoro de Codróipo, e a profissão perpétua aos 15.12.1912 em Pádua, sendo celebrante Fr. Odorico de Pordenone. Foi ordenado sacerdote por Dom Nicolau Marconi, aos 29.05.1915 na Basílica do Santíssimo Redentor, em Veneza.
Na Guerra - Participou da Primeira Grande Guerra Mundial e, aos 02.06.1971 recebeu Condecorações do Governo Italiano, e o Título de Cavalliere di Vittorio Veneto na Sociedade Cultural Italiana Dante Alighieri, em Curitiba.
No Paraná - Fr. Tomás fez parte do 2º grupo de freis vênetos que vieram ao Paraná: Fr. Donato de Valeggio, Fr. Julião de Fonzaso, Fr. Gotardo de Mondelebotte, Fr. Timóteo de Villafranca, Fr. Francisco de Capodístria, Fr. Júlio de Magré e Fr. Bentivoglio de Treviso. Partiram de Gênova com o navio Vittorio Emanuele aos 12.08.1920, desembarcaram em Santos aos 31.08.1920, e chegaram em Jaguariaíva aos 02.09.1920.
No mesmo mês de sua chegada, Fr. Tomás foi para Cerro Azul, onde chegou depois de três dias de viagem, partindo de Jaguariaíva. Antes dele, de 1873 a 1920, tinham passado 14 sacerdotes, mas ele permaneceu mais que todos nesse local. Somando os dois períodos (1920-1930 e 1932-1941) foram mais de vinte anos em Cerro Azul. Tornou-se conhecido e amado em toda parte. Renovou e embelezou a Igreja Matriz. Construiu o hospital. Afervorou as associações religiosas e visitava umas 30 capelas. Todos admiravam sua coragem nas viagens e atividades.
Passou um ano em Jaguariaíva e São José da Boa Vista (1931), e depois retornou para Cerro Azul, lá vivendo até 1941. Depois de ter passado seis meses em Capinzal (1942), foi para Jaguariaíva (1942) e lá permaneceu até 1952. Foi o período difícil da Segunda Guerra Mundial, quando também foi acusado de quinta coluna, mas com sua presença de espírito, humorismo e simpatia entre o povo, superou muito bem toda acusação.
Depois de ter vivido um ano (1953) em Ponta Grossa (Imaculada Conceição), assumiu a Paróquia de Reserva (1954-1962). Embora sua saúde não fosse a mesma dos anos passados, dedicou-se com afinco ao bem de seus novos paroquianos. Sua caridade e prontidão em atender, seu proverbial humorismo e sua dedicação conquistaram a simpatia e a veneração dos fiéis.
A partir de 1963, residiu sempre na Fraternidade Imaculada Conceição, em Ponta Grossa, até seu falecimento em 1975.
Possuía caráter firme como um rochedo, dinâmico como um possante motor, consumiu todas as suas energias, seu entusiasmo, seu ardor apostólico por mais de meio século. O povo admirava nele o autêntico capuchinho, humilde e pobre, alegre e cordial. Profundo observador, logo intuiu que o queriam como um deles. E soube adaptar se à psicologia, ao gosto e ao modo de viver do povo. Parecia que havia nascido e sempre vivido em terras brasileiras. Falava o português com as mesmas flexões e expressões da sua gente, cantava as canções com a mesma cadência e modulações. Vivia, viajava, cavalgava, gesticulava conforme o costume de cada lugar. Seu aspecto físico, mais rude que suave, o tornava mais semelhante a todos. Não obstante seu espírito de adaptação, sobressaía nele algo de superior: a delicadeza de sua dignidade religiosa e sacerdotal. Inspirava respeito e veneração. Aceitava privações e sacrifícios
Sempre pronto às necessidades do próximo, atendia todos os chamados de dia e de noite. Chegou ao ponto de sentir alegria em permanecer em lugares difíceis ou pela solidão, ou pela dificuldade de viagens longas.
Depois de ter percorrido os Estados do Paraná e Santa Catarina, aceitou com serenidade de espírito e completa adesão à vontade divina, a imobilidade dos últimos anos.
Nas tranquilas conversas saía-se com expressões poéticas que demonstravam toda sua alegria, o amor aos confrades e o entusiasmo pelo Brasil jovem, sua Pátria adotiva. Seu espírito juvenil e seu equilibrado otimismo suscitavam admiração, e demonstravam que tinha uma alma franciscana consagrada à Glória de Deus para o Advento do Reino.
Preparado, sereno, esperava a Irmã Morte que veio buscá lo no dia 16.11.1975. Contava 84 anos de idade, 68 de Vida Religiosa, 60 de Sacerdócio e 55 de Missionário no Brasil.
Seu corpo foi transladado para Botiatuba e, com o canto "Com minha Mãe Estarei" foi sepultado no Cemitério dos Freis.