Frei Vitório, filho de Jorge Pagliarini e Antonia Roman, nasceu em Údine, norte da Itália, aos 04.05.1913. Foi batizado com o nome de Humberto no dia 14.09.1913 na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Údine, e crismado em Fiume, aos 14.06.1921. No mesmo ano recebeu a Primeira Eucaristia.
Entrou para o Seminário de Rovigo em 1926. Recebeu o hábito capuchinho aos 24.07.1928 em Bassano del Grappa, sendo o mestre de noviciado Fr. Rufino de Cadore. Ali emitiu os votos temporários aos 25.07.1929, e os perpétuos em Veneza aos 28.10.1934. Foi ordenado sacerdote juntamente com Fr. Patrício de Nébola, aos 14.08.1938 pelo Cardeal Patriarca Adeodato Piazza na Basílica do Santíssimo Redentor.
Na Itália prestou seus serviços nos seguintes lugares: Trieste e Thiene (1938-1943), Pregador; Schio (1943-1945) Guardião e Pregador. Em 1945, o ano mais duro da Segunda Guerra Mundial, foi transferido para Verona (1945-1946). Em Veneza (1946-1947) foi Capelão dos Prisioneiros da Casa Lavoro e Esmoler do Convento.
No Paraná - Aos 05.11.1946 recebeu a obediência para trabalhar no Brasil. Antes de partir, visitou todos os seus familiares, os lugares franciscanos e Roma, onde até foi recebido pelo papa Pio XII.
Na Catedral de Mestre, o Ministro Provincial Fr. Vicente de Magredis entregou o Crucifixo Missionário a Fr. Vitório e a seus companheiros: Fr. Ambrósio de Bagnoli, Fr. Lúcio de Ásolo, Fr. Salvador de Megliadino e Fr. Bernardino de Venzone. No dia 21.04.1947, no Porto de Gênova, embarcaram no navio Ravello da Sociedade Marítima Lauro. Desembarcaram no Rio de Janeiro aos 7 de maio, onde Fr. Henrique de Treviso os esperava. Hospedaram-se no Convento São Sebastião, dos Capuchinhos do Rio. Dali foram de trem a São Paulo e a Ourinhos. Desta cidade, tomaram o ônibus, chegando em Santo Antônio da Platina no dia 14.05.1947, onde residia o Custódio, Fr. Inácio de Ribeirão Preto.
Em nossa Província exerceu o apostolado nos seguintes lugares: Santo Antônio da Platina (1947; 1958); Uraí (1948; 1966; 1980); Jaguariaíva (1948; 1956); Reserva (1951-1952) Botiatuba (1954; 1971) Congonhinhas (1958) Siqueira Campos (1959-1965) Laurentino (1966) Ponta Grossa: São Cristóvão (1967) Londrina: Nossa Senhora de Lourdes (1968; 1973), Curitiba (1968); Rio Branco do Sul (1970); Arapongas (1972), Ponta Grossa: Imaculada Conceição (1976-1979) Céu Azul (1981-1982) Ponta Grossa: Bom Jesus (1983-1992).
Logo que chegou ao Brasil, sem ainda saber bem o português, começou a atender algumas Capelas de Santo Antônio da Platina, e fez o primeiro casamento na Capela de Ribeirão do Pinhal. Em todas as fraternidades, Fr. Vitório exerceu quase sempre a atividade de Vigário Paroquial, mas também fez parte da Equipe Missionária.
Desde 1983 Fr. Vitório pertencia à Fraternidade do Convento Bom Jesus e atuava como Confessor. Sua presença nessa fraternidade foi uma bênção. Uma figura muito estimada e simpática ao povo, aos frades e demais sacerdotes. Por isso, muitos sacerdotes acorriam a ele, buscando o perdão de Deus através do Sacramento da Penitência. Alguns Bispos, como Dom Geraldo Pellanda e Dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, também o procuravam para a confissão.
Em 1988, com ajudas enviadas pela Diocese de Údine (Itália) construiu uma Capela na Vila Deyse, na Paróquia Bom Jesus, em Ponta Grossa. Foi dedicada à Nossa Senhora de Castelmonte, cujo quadro foi pintado e enviado ao Frei por um artista italiano. Em agosto o quadro foi entronizado e a capela inaugurada. Esse fato coincidiu com a celebração de suas bodas de ouro sacerdotais.
Na comemoração de seus 50 anos de Vida Sacerdotal, o Ministro Provincial Fr. João Daniel Lovato afirmou: “Frei Vitório é um sacerdote que sempre demonstrou coragem, tenacidade, fidelidade e perseverança”. Seu jeito nem sempre era fácil e, quando sofria, fechava-se. No entanto, sua vida espiritual sempre foi séria e fiel. Vivia pobremente e com grande espírito de obediência. A Liturgia das Horas para ele era sagrada: não se dispensava nem mesmo nos dias de acúmulo de atividades.
Seu estado de saúde começou a declinar a partir de maio de 1991, devido a complicações de diabetes, artrite e bronquite crônica. Precisou ser internado várias vezes.
Aos 22.09.1992, no Hospital Bom Jesus, assistido por Fr. Chiquinho (Francisco Miguel da Silva) entregou sua alma a Deus. Contava 79 anos de idade, 63 de Vida Religiosa, 54 de Sacerdócio e 45 de Missionário.
Foi sepultado no Cemitério dos Freis, em Botiatuba.