CIMI divulga Relatório de Violência contra os Povos Indígenas

CIMI divulga Relatório de Violência contra os Povos Indígenas

"O que fizestes ao menor dos meus irmãos foi a mim que o fizestes" (Mt 25, 40)

O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) divulgou o Relatório de Violência contra os Indígenas. Dentre esses dados, alguns são do estado de Mato Grosso do Sul, o segundo em população Indígena, mas que tem as maiores violências do país.

Nós tivemos no ano de 2021, 197 mortes, (35 assassinatos; 35 suicídios; 80 por Covid-19; 3 por desassistência; e 44 de infanto - 0 a 5 anos) o que nos faz ter uma noção do genocídio que esses povos sofrem.

São 403 Indígenas encarcerados, sendo quase 40% do total do país.

Dentro das violências contra o patrimônio dos povos Indígenas temos: 9 de diversas formas, 11 de invasões e exploração de recursos naturais e danos (destacamos a queima de 4 casas de rezas, espaço sagrado dos povos, além de incêndios, arrendamentos e desmatamento).

No total de 153 terras Indígenas no MS, somente 5 são homologadas (último estágio de reconhecimento da terra), 10 declaradas, 14 em processo de identificação e, assustadoramente, 120 terras sem nenhuma providência. Somente dentro de Campo Grande nós temos 23 territórios indígenas.

Nas violências contra a pessoa, além dos já relatados, temos 1 caso de abuso de poder, 2 ameaças de morte, 10 casos de ameaças à vida (trabalho escravo, por exemplo), 8 lesões corporais (casos de tiros, facadas e pauladas), 8 tentativas de assassinatos, 5 casos de racismo, 6 de violência sexual (destaco dois casos que aconteceram na Aldeia Tereré, assistida por nós freis, um de estrupo e outra de tentativa de estupro).

Nas omissões dos poderes públicos temos 6 casos de desassistência ( incluindo casos de acesso a água), 15 de desassistência a saúde e 1 de disseminação de drogas.

Nos últimos anos a violência tem aumentado no estado por diversas razões, mas em especial, por incentivos e ações do próprio governo federal e estadual, além das ações do agronegócio no estado.

Acesse aqui o relatório completo

Autor:
Frei Klenner Antonio da Silva, OFMCap
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