Poema: "Implicações e verdade"
É difícil ter o céu estrelado sobre a cabeça
Mais ainda é ter tão próximo dela a terra
Por um lado o vislumbre da glória
Do outro a vileza que o mal encerra
Se bom arquiteto cria a escada
Eleva o corpo e o pensamento
Porém, sem o gosto de subir
Para descer não há impedimento
Cada tijolo sólido
Mil e uma constatações de dor
Quanto assentados se sofre muito mais
Lapidá-los sempre assemelha horror
O que há à frente
Constela-se entre verdadeiro e falso
Contudo, todo conhecimento é saída da ignorância
Logo, toda saída, um alvo
Não sobe quem para
Amar se aprende amando
Quem se prende no que acha certo
Continuará sempre só achando
Pressupõe assustado tal verbo
Achar pressupõe encontrar algo
Neste interim buscar é necessário
Só vai os livres e fidalgos
Reina a má ignorância
Semeando nos corações profundas certezas
Sessando qualquer busca
Silenciando qualquer sutileza
Seria tu meu espelho
Refletindo por todos os ângulos, eu mesmo
Por que tu não me mostras minhas rugas e sombras?
Acaso não é da verdade que padeço?
Quem caminha com muita segurança
Equilibra-se na loucura ou em torres de cristal
Sábios sabem que pouco dominam
Ainda do que sabem, usam tão mal
Por isso termine
Aqui e agora
A fala contraditória
Daquele que veio assobiando