Poema: Despertar
DESPERTAR
Frei Kater
Foi o último pôr do sol
Que seus risonhos olhos azuis viram
Aconteceu na madrugada solitária
Quando os ventos sopravam
A doença terminal que a acompanhou
Fez com que ela pensasse sobre seus últimos dias
Um mês, ou dois
Com muitas dores e poucas alegrias
Por que ela tão jovem?
Sua vida seria podada
O futuro era escuro e frio
Poderia ela ser consolada?
No dia da consulta
Sua mãe estava presente
Aquela face de dor em lágrimas
Deu mais dor, que todas as dores frequentes
Pela tarde ela contou ao seu pai
Sendo filha única, amais querida
Ela vira naqueles olhos muitos olhares felizes a ela dirigida
Porém, nesse dia viu grossas gotas de dor infinita
Encontrou-se com o amor de sua vida
O homem com o qual planejou todo o futuro
Vestiu-se lindamente nas roupas e na alma
Matou-se um amor, nasceu outro extenso e puro
Vieram também amigos e familiares
Com todos foi cordiale amável
Olhos de pena, história da infância
Todos deixaram cada momento mais afável
No último dia, a vida a visitou
A olhou com gratidão, e ela retribuiu
Serenou seu coração, se abriu ao Criador
Quando a morte a chamou, foi e floriu.