TERCEIRO DOMINGO DA QUARESMA – 07/03/2021
TERCEIRO DOMINGO DA QUARESMA – 07/03/2021
ACOLHIDA
Animador: Irmãos e irmãs, a vós nossa saudação fraterna de Paz e Bem! Estamos a caminho da
Páscoa, tempo de conversão, de voltarmos para Deus de todo o coração. No Evangelho de hoje,
Jesus nos ensina que o Templo de Deus é tudo o que pertence a Deus, e dialoga conosco
apontando-nos pelos seus mandamentos o caminho da fraternidade e da paz. Iniciemos nossa
celebração, cantando.
ATO PENITENCIAL
Animador: Voltando nosso olhar ao cartaz da Campanha da Fraternidade com o lema: "Cristo é a
nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”, com humildade e confiança, peçamos perdão:
- Pelas vezes que em nosso proceder ignoramos os mandamentos de Deus, Senhor, tende
piedade de nós.
- Pelas vezes que desejamos seguir a Cristo sem a cruz do compromisso com a vida e a
dignidade de nossos irmãos e irmãs, Cristo, tende piedade de nós.
- Pelas vezes que frequentamos e templo do Senhor, mas levamos uma vida incoerente com a fé
que professamos e celebramos, Senhor, tende piedade de nós.
LITURGIA DA PALAVRA
Primeira Leitura: Ex 20,1-3.7-8.12-17
Salmo responsorial (Sl 18): "Senhor, tens palavras de vida eterna."
Segunda Leitura: 1Cor 1,22-25
Evangelho: Jo 2,13-25
REFLEXÃO
- “O zelo pela tua casa me consome”. Zelar pela casa de Deus é zelar por aquilo que pertence a
Deus. Em primeiro lugar, pela vida dos membros que formam o edifício de Deus, a Igreja. Eis a
nossa missão primordial: zelar pela vida de todos, sobretudo daqueles que tem a vida ameaçada
pela miséria, pelo descaso do poder público, pela violência, abandono e exclusão. A profanação
deste templo que é a vida, levou Jesus a uma atitude ousada e drástica: a expulsão dos que
fizeram deste templo um covil de ladrões. Ameaçando e expulsando os comerciantes e
cambistas, Jesus denuncia o uso do nome de Deus para justificar sua prosperidade e até
legitimar suas ações perversas. A ação de Jesus, mesmo parecendo um gesto violento, é uma
reação apaixonada em defesa das vítimas de uma violência exercida em nome da religião e do
mercado religioso.
- Para edificar, proteger e promover o templo da vida, Cristo assumiu as dores da humanidade
com um amor incondicional, abraçando a Cruz. E pregar Cristo crucificado é pregar um Cristo
comprometido com a vida até as últimas consequências, e não apenas um Cristo suave, fácil de
ser seguido. Comprometer-se com esse Cristo é comprometer-se com a vida de todos os que
sofrem, e por isso, combater toda forma de injustiça, sobretudo aquelas que atentam diretamente
contra a vida humana. A cruz de Cristo é o sinal mais contundente desse comprometimento.
Quem se diz cristão, mas crucifica seus irmãos por atos e palavras, por indiferença e omissão,
por intolerância e exclusão, deveria ter vergonha de dizer que é cristão. É escandaloso ser cristão
e não se comprometer com os crucificados de hoje.
- Para zelar pela casa de Deus, ele nos deixou sua Lei, seus mandamentos. E o Papa Francisco
nos diz que "os Dez Mandamentos não são um hino ao "não", um peso, um código de proibições,
mas um hino ao "sim" a Deus, sim à vida, a harmonia da criação com o Criador, um “sim” à paz e
a fraternidade.
- O primeiro mandamento diz respeito ao próprio Deus. Amar a Deus sobre todas as coisas.
Quem descarta a Deus, dificilmente respeitará aqueles que são imagem e semelhança de Deus,
a consequência é a desordem e a confusão no mundo. No Pai-Nosso, pedimos que a vontade de
Deus “seja feita assim terra como no céu”. O mundo está cheio de propostas tentadoras, que em
todo momento tentam excluir Deus e valorizar em demasia as coisas desse mundo. Idolatramos,
sobretudo a riqueza, o dinheiro, o poder e a fama. O resultado desta idolatria é sempre
catastrófico e se reflete num mundo de competição, de conflitos, violência e exclusão, de pessoas
frustradas e sem esperança, escravas de seus próprios desejos.
- O segundo mandamento pede que não pronunciemos o seu santo nome em vão, ou seja, que
não busquemos instrumentalizar Deus de acordo com nossas vontades. Criamos muitas vezes
um Deus à nossa imagem e semelhança e queremos que ele faça sempre a nossa vontade,
mesmo que esta vontade seja absurda e injusta. Há os que manipulam a Palavra de Deus,
extorquindo e pessoas, ou até para justificar seus atos que não tem nada a ver com Deus. Usar o
nome de Deus em vão é dizer que professa uma fé, que comunga, mas pratica o mal, a injustiça,
é indiferente e omisso diante dos necessitados e sofredores, sendo muitas vezes cúmplice de um
sistema perverso e violento que atenta contra a vida, a dignidade e os direitos básicos das
pessoas.
- O terceiro mandamento trata do descanso semanal. Devemos cuidar de nosso corpo, templo
santo de Deus, descansando no Dia do Senhor, dedicando-o ao cultivo e celebração de nossa fé.
O mundo da produção e do consumo desenfreado, produz o que de mais vil marca a nossa
história, a escravidão, que dificulta ou impede a observância desse mandamento.
- O quarto mandamento acentua a honra aos pais. Como honramos a Deus que nos deu a vida,
devemos honrar nossos pais, que também nos deram a vida. Os frutos desta atitude em relação
aos pais, são abundantes bênçãos.
- O quinto mandamento, não matar, está no centro dos dez mandamentos. Não matar não
significa apenas não tirar literalmente a vida de alguém. Matamos, de certo modo, quando
contribuímos para diminuir a vida de alguém com a nossa língua envenenada, com calúnias e
difamações, quando nos omitimos diante de situações que atentam contra a vida dos outros,
quando somos cúmplices, apoiando um sistema perverso que mata.
- O sexto mandamento fala do adultério, da infidelidade à aliança com Deus, com o cônjuge, com
a família, desrespeitando o templo sagrado que é o corpo, transformando-o em objeto. Este
mandamento procura defender a família, como célula vital de uma sociedade sadia, e como Igreja
doméstica.
- O sétimo mandamento nos alerta sobre o pecado gravíssimo do roubo. Este mandamento não
só condena os atos individuais, mas também os sistemas político-sociais corruptos que produzem
uma sociedade desigual, roubando os direitos, a dignidade e a vida de boa parte do povo,
transformando o templo de Deus num covil de ladrões.
- O oitavo mandamento fala do falso testemunho, que se expressa de várias formas; quando
nossos atos não correspondem ao que se espera de um cristão; quando compactuamos com
sistemas ou pessoas opressoras; quando somos incoerentes, professando uma fé e agindo de
modo contrário a ela; quando sem discernimento e responsabilidade espalhamos as mentiras,
calúnias e desinformações dos grandes meios de comunicação e das redes sociais.
- O nono e o décimo mandamentos, tratam de um tema similar: eles condenam a cobiça, a inveja
de todas as formas. A inveja é a causa de muitos males. Quem é invejoso tem em seu coração a
semente do mal, pois é tentado em todo momento a prejudicar seus semelhantes. As pessoas
invejosas são frustradas e fazem de tudo para que as outras pessoas vivam o mesmo inferno que
elas vivem. São comumente pessoas rancorosas, insatisfeitas e maldosas. Elas cobiçam e, por
não terem o que cobiçam, fazem de tudo para atrapalhar aquele que é alvo de sua cobiça.
- A não observância dos mandamentos arruína o templo de Deus, que é a vida de todos os que
compõe o seu corpo. Por outro lado, a observância dos mesmos, constrói a Fraternidade, pelo
respeito e diálogo, ajuda a superar todas as formas de violência, preserva e promove paz, a vida,
a dignidade da pessoa como imagem e semelhança de Deus, como Templo onde habita Deus.
PRECES DA COMUNIDADE
Presidente: Desejosos de nos preparar bem para a Páscoa, com confiança supliquemos a ajuda
do Senhor, dizendo: "Senhor, escutai a nossa prece!"
1) O templo do Senhor é tudo o que a Ele pertence. Para que a Igreja, seguindo o exemplo do
Papa Francisco, se empenhe na edificação da vida e da dignidade de todo o povo, pedimos.
2) "Cristo é a nossa paz: do que estava dividido, fez uma unidade" Para que, inspirados no lema,
busquemos através do diálogo a fraternidade, a solidariedade e a paz, pedimos.
3) Todos somos pedras vivas no Templo do Senhor. Para que cada vez mais batizados se
engajem nos diferentes serviços e pastorais de nossas comunidades, pedimos.
4) Hoje trazemos presente a missão da mulher. Para seu protagonismo na Igreja e na sociedade,
seja expressão da ternura, voz profética e presença maternal de Maria, pedimos.
5) Acompanhemos com fé a Oração da Campanha da Fraternidade 2021.
OFERTÓRIO
Animador: No altar do Senhor, junto ao Pão e ao Vinho, coloquemos toda a humanidade,
especialmente as lideranças de nossas comunidades, pedras vivas do templo do Senhor,
cantando.
COMUNHÃO
Animador: A fé nos leva ao encontro de Jesus na Eucaristia e renova nossas atitudes de paz e
fraternidade. Cantemos.