Capuchinhos de São Paulo se reúnem para retiro
Na semana em que o estado de São Paulo teve o dia mais frio de 2021 os capuchinhos de São Paulo estiveram reunidos na serra de São Pedro -SP, em seu Seminário Santo Antônio, para a realização de um retiro. O evento geralmente acontecia no período da Quaresma, em meados de março, mas este ano foi realizado em junho. Para muitos dos participantes, o clima mais frio foi propício para entrarem no clima do retiro que foi assessorado pelo Pe. Donizete José Xavier, da Arquidiocese de São Paulo.
Pe. Donizete refletiu com os frades sobre "As implicações do mistério kenótico na vivência cristã", um processo de esvaziamento em busca da humildade. Segundo Frei Francisco Erlânio, coordenador da comissão que escolhe as temáticas para os encontros dos frades, o tema do retiro tem “muita implicância para a vida dos capuchinhos pois contemplamos, na experiência de São Francisco, este Cristo que veio ao encontro da humanidade, do verbo que se fez carne e assumiu a nossa condição humana”, explicou.
Embora o retiro seja um momento de silenciamento e reflexão, o evento também é um momento propício para o encontro. Este foi o primeiro retiro para o jovem postulante Francisco Jacob que relatou o empenho dos irmãos em conciliar aquilo que é proposto em um retiro e aquilo que é próprio da vida franciscana, a fraternidade: “muitas vezes nos pegamos no desejo de querer interagir mais. É nosso primeiro retiro [para os postulantes] então queremos conhecer e nos integrar com os frades. Porém precisamos ter uma temperança nos momentos de deserto e reflexão”, disse. Para Francisco, o retiro exige dos frades discernimento: “tem hora para conversar, tem hora para se retirar e também para descansar”, explicou.
No estado de São Paulo, os capuchinhos possuem diversos trabalhos, muitos deles orientando pessoas que os procuram atrás de uma palavra ou um auxílio. Para Pe. Donizete, o retiro é um momento favorável para que os frades possam “voltar à experiência primeira, pois quando temos essa oportunidade somos capazes de reler a nossa caminhada e reencontrar os caminhos. Quando fazemos essa revisão de vida enxergamos os passos necessários para termos força e reencontrarmos as possibilidades para ir em frente, prosseguir...”, comentou. Esta ‘revisão de caminhada’, como definiu o assessor do retiro, é importante para aqueles que se doam para as pessoas: “a vida é agitada. Se você não parar para rever, é fácil se perder no caminho”, concluiu.
O próximo evento “provincial”, como chamam os encontros dos frades, acontecerá em outubro quando eles realizarão uma Assembleia, a última antes do Capítulo Provincial, que acontecerá em 2022.