Como um jovem, que tinha caçado muitas rolinhas, deu-as a São Francisco, a pedido dele, e como lhes fez um ninho.
1 No tempo de São Francisco, um menino da cidade de Sena pegou em um alçapão uma grande quantidade de rolinhas, e as levou vivas para vender.
2 Mas São Francisco, como era sempre cheio de piedade e especialmente compassivo com os animais mansos, vendo as rolinhas, movido de compaixão, disse:
3 “Ó bom rapaz, eu te peço que as entregues a mim, para que aves tão inocentes, a quem são comparadas na Escritura as almas castas, humildes e fiéis, não caiam na mão de cruéis matadores”.
4 E ele, inspirado na hora por Deus, entregou todas aquelas rolinhas simples ao bem-aventurado Francisco. Quando o piedoso pai Francisco pegou-as em seu regaço, começou a falar-lhes com doçura, dizendo: “Ó minhas irmãs rolinhas, inocentes e castas, porque vos deixaste pegar? 5 Mas eu quero livrar-vos da morte e fazer ninhos para vós, para que frutifiqueis e cumprais a ordem do Criador de que deveis multiplicar-vos”. E São Francisco foi e fez ninho para todas aquelas rolinhas.
6 E elas, pegando os ninhos feitos pelo bem-aventurado Francisco, tinham muitos filhotes diante dos frades e cresciam. E demonstravam tanta familiaridade com São Francisco e com os outros frades que pareciam como galinhas, sempre alimentadas pelos frades. E nunca se afastaram dos frades enquanto São Francisco não lhes deu permissão com uma bênção.
7 Ao menino que lhe dera as rolinhas, São Francisco disse: “Filho, tu ainda vais ser um frade menor, e servirás ao nosso gracioso Senhor Jesus Cristo”. 8 E assim aconteceu, pois, como São Francisco lhe predissera, fez-se mais tarde frade menor e viveu na Ordem até o fim, exemplar e muito louvável por seus costumes. De modo que São Francisco, não só buscou as consolações da vida presente para aqueles passarinhos, mas também buscou os gozos da vida eterna para aquele jovem. Para o louvor e glória, etc.